Quanto do teu sal, são lágrimas de Portugal?
Faixa 11. Blood Diamond OST - Solomon Vandy
A relação dos portugueses com o mar não tem um princípio nem um fim. Faz parte da nossa geografia, História, cultura, ciência, desporto e até da nossa fé. Não posso falar por todo um povo, mas acredito mesmo que precisamos dele para sobreviver. Ou para nossa paz de espírito, e tranquilidade, no mínimo. Afinal, através dele nos fizemos grandes e é por ele que somos ou podemos ser de alguma importância, na Europa e no Mundo. Por todos os oceanos e mares os portugueses deixaram sangue, súor e lágrimas. E no meu corpo e na minha alma o levo.
Eu e provavelmente todos os que fizeram esta road trip. Só assim se explica, dobrados os tormentos que o deserto nos criou, a paz connosco próprios que encontrámos aos primeiros sinais do Pacífico. Todo o caminho desde Chañaral, onde me resgataram, até Caldera, com o mar à nossa direita, foi como um longo suspiro de alívio. Não só por deixarmos finalmente o deserto profundo para trás mas também por que nos sentíamos finalmente no nosso elemento natural. Venham os desertos, a neve, as mais altas montanhas e as mais tenebrosas selvas mas dêem-nos mar, no fim. Aqui estamos em casa, seja no Atlântico, no Pacífico ou em qualquer outro mar ou oceano.
O alojamento, já familiar, em Caldera e a tarde na praia da Bahía Inglesa fizeram-nos rejuvenescer anos. A segunda camada de pele criada pela areia e sujidade do deserto, que nos entranhavam o corpo e a felicidade, desapareceu nas águas do Pacífico. O pôr-do-sol dessa quinta-feira, cada um com a sua Corona na mão, o primeiro nas águas do mar, encheu-nos de vida para aproveitarmos as 48 horas de viagem e liberdade longe de casa (leia-se Santiago).
Faixa 11. Blood Diamond OST - Solomon Vandy
A relação dos portugueses com o mar não tem um princípio nem um fim. Faz parte da nossa geografia, História, cultura, ciência, desporto e até da nossa fé. Não posso falar por todo um povo, mas acredito mesmo que precisamos dele para sobreviver. Ou para nossa paz de espírito, e tranquilidade, no mínimo. Afinal, através dele nos fizemos grandes e é por ele que somos ou podemos ser de alguma importância, na Europa e no Mundo. Por todos os oceanos e mares os portugueses deixaram sangue, súor e lágrimas. E no meu corpo e na minha alma o levo.
Eu e provavelmente todos os que fizeram esta road trip. Só assim se explica, dobrados os tormentos que o deserto nos criou, a paz connosco próprios que encontrámos aos primeiros sinais do Pacífico. Todo o caminho desde Chañaral, onde me resgataram, até Caldera, com o mar à nossa direita, foi como um longo suspiro de alívio. Não só por deixarmos finalmente o deserto profundo para trás mas também por que nos sentíamos finalmente no nosso elemento natural. Venham os desertos, a neve, as mais altas montanhas e as mais tenebrosas selvas mas dêem-nos mar, no fim. Aqui estamos em casa, seja no Atlântico, no Pacífico ou em qualquer outro mar ou oceano.
O alojamento, já familiar, em Caldera e a tarde na praia da Bahía Inglesa fizeram-nos rejuvenescer anos. A segunda camada de pele criada pela areia e sujidade do deserto, que nos entranhavam o corpo e a felicidade, desapareceu nas águas do Pacífico. O pôr-do-sol dessa quinta-feira, cada um com a sua Corona na mão, o primeiro nas águas do mar, encheu-nos de vida para aproveitarmos as 48 horas de viagem e liberdade longe de casa (leia-se Santiago).
[la tienda que lo tiene todo;
uma imagem típica sudamericana, antes de saírmos de Caldera]
Sexta era dia de pinguins. No caminho para Sul, em direcção a La Serena - Coquimbo, desviámos para a Reserva Nacional Pinguino de Humboldt, lar dos ditos Caleta Chañaral (não confundir com a Chañaral cidade), onde se apanha o barco para a Ilha com o mesmo nome, a grande desilusão. O vento que surgira nos últimos dias picara o mar de tal forma que ninguém se atrevia a pegar no barco e a levar-nos, por que preço fosse. Ficámo-nos por conhecer as casas e o marisco locais. Acabámos a almoçar, tardiamente, no Joni's, onde ficámos amigos do José, guia turístico local, e de um chileno que vivia ali com a família, mas que já tinha vivido uns anos no Brasil.
uma imagem típica sudamericana, antes de saírmos de Caldera]
Sexta era dia de pinguins. No caminho para Sul, em direcção a La Serena - Coquimbo, desviámos para a Reserva Nacional Pinguino de Humboldt, lar dos ditos Caleta Chañaral (não confundir com a Chañaral cidade), onde se apanha o barco para a Ilha com o mesmo nome, a grande desilusão. O vento que surgira nos últimos dias picara o mar de tal forma que ninguém se atrevia a pegar no barco e a levar-nos, por que preço fosse. Ficámo-nos por conhecer as casas e o marisco locais. Acabámos a almoçar, tardiamente, no Joni's, onde ficámos amigos do José, guia turístico local, e de um chileno que vivia ali com a família, mas que já tinha vivido uns anos no Brasil.
[depois da almoçarada;
Gonçalo M., José, Joni, Diogo, Bernardo e Manel]
Para Sul, decididos a testar a capacidade do jipe - e a nossa sorte, mais uma vez - preferimos seguir junto à costa, pela praia. Por areia, buracos e rochas, seguindo um jipe com uma família chilena cujo patriarca, bem-disposto, assegurou que conhecia o caminho para Punta de Choros, onde se apanha a Ruta 5 para Coquimbo. Rocha nua, escarpada sobre o Oceano, vento forte, frio que começa a surgir com o pôr-do-sol. Estas foram as condições que superámos. O mais difícil foi quando nos enterrámos na areia, com o mar a dois metros e a maré a subir depressa, o sol já fugido no horizonte. Sob a ameaça de ver a água levar o jipe, depois de tudo o que se passou, pusemo-nos todos de gatas a escavar à mão a areia que tapava as rodas.
Gonçalo M., José, Joni, Diogo, Bernardo e Manel]
Para Sul, decididos a testar a capacidade do jipe - e a nossa sorte, mais uma vez - preferimos seguir junto à costa, pela praia. Por areia, buracos e rochas, seguindo um jipe com uma família chilena cujo patriarca, bem-disposto, assegurou que conhecia o caminho para Punta de Choros, onde se apanha a Ruta 5 para Coquimbo. Rocha nua, escarpada sobre o Oceano, vento forte, frio que começa a surgir com o pôr-do-sol. Estas foram as condições que superámos. O mais difícil foi quando nos enterrámos na areia, com o mar a dois metros e a maré a subir depressa, o sol já fugido no horizonte. Sob a ameaça de ver a água levar o jipe, depois de tudo o que se passou, pusemo-nos todos de gatas a escavar à mão a areia que tapava as rodas.
[no caminho pela costa; rochas escarpadas e areia;
e o mar, sempre o mar]
e o mar, sempre o mar]
[toma lá mais um pôr-do-sol;
algures entre a Caleta Chañaral e a Punta de Choros]
Com mais ou menos dificuldade, lá chegámos a Punta de Choros e, daí, para a Ruta 5. Mais a Sul, em Coquimbo, a última noite desta road trip já estava à nossa espera.
algures entre a Caleta Chañaral e a Punta de Choros]
Com mais ou menos dificuldade, lá chegámos a Punta de Choros e, daí, para a Ruta 5. Mais a Sul, em Coquimbo, a última noite desta road trip já estava à nossa espera.
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